quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Zé Nazário:O Homen das Baquetas que falam!


Conheci o músico,compositor e instrumentista José Eduardo Pinto Nazário lá pelos idos de 1991 em Pouso Alegre-Mg em um workshop sobre a história da bateria , quando eu então lá cursava o segundo graú regular em música pelo CEMPA(Conservatório Estadual de Música de Pouso Alegre).


Anos depois, após ter passado pelas mãos de outros professores de percussão e já morando em São Paulo, comecei a estudar com ele no estúdio Coda(Pinheiros) e na casa de seus pais no bairro Planalto Paulista(zona sul) onde me ministrou durante dois anos e meio, não só bateria, mas filosofias de vida, de sobrevivência e caráter do músico brasileiro.

Ouvindo recentemente um de seus trabalhos com o grupo UM, "Reflexão Sobre a Crise do Desejo" de 1981 (com Rodolfo Stroeter,Lelo Nazário e o próprio) é que o "insight" devido veio, daquelas aulas em que nos debruçavámos no método de caixa de Wilcoxson e conversas inusitadas sobre música, músicos e palcos.


Zé Nazário tem vocabulário músical próprio.É como se falasse um dialeto do além, de outra dimensão que não a nossa.Apesar da influência de Hermeto, de Edson Machado e de Coltrane suas baquetas falam com tal convicção que é impossível contrariá-lo.Quando a pessoa é a própria música que toca e não casos como o meu que toco o que me pedem, cria-se um elo de auto-afirmação e respeito que não se pode ir contra.Este é o Zé Nazário e esta é a sua música.Uma ZEN música.