quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Rock Londrinense Parte 1

A história completa deste periodo está sendo contada em:
http://orockdelondrina.blogspot.com como muito mais informações,fotos,depoimentos,enfim ...quase um livro..quase.
Está matéria foi o inicio de tudo...bem como os Beatles no Carvern Club, ou como quando o Kiss foi abrir o show do Blue Oyster Cult em NY...


O Cantor e Compositor Ivo Pessoa,compositor de Sete Vidas Fáceis gravada pelo Beco em 1995.Menbro da banda Iguaranoise nos anos 90, tendo gravado 1 CD com o Guitarrista Kiko Jozolino antes de debandar para o Rio e ter virado intérprete de grande popularidade.


Bruka Lopes, guitarrista e compositor e professor de guitarra em Londrina, menbro das bandas Blue-Up,Ana&Banda, Beco,Vórtice,Karadraz(com Valdir e Alex),Bruka Y los Dos,além de ter acompanhado cantoras como Sabrina Vargas,Simone Mazzer,Neusa Pinheiro,As Madamas,Bernardo Pelegrini e Rodrigo Garcia Lopes.


















As primeiras demos e gravações da Banda de Cambé-Pr Primos da Cida, na qual Rodrigo Serra hoje músico instrumental fez parte.




Júlio Anizeli, hoje produtor e dono de estúdio,vocalista da banda Madera!,uma das bandas mais requisitadas nos eventos de Londrina nos anos 90.


Kiko Jozilino e o Trio Acústico Blues:Herdeiros da Tradição iniciada pelo Blue-Up na década de oitenta e Noventa.












Cherry Bomb:Ao lado do Hard Money, um dos grandes ícones do Underground Londrinense na década de 90.

Ao lado do CD do Cherry Bomb-
Maluco,Vinil,Fabinho e Daniel:Depois do Fim no Gran Mausoléu idos de 1992,HC Londrinense que teve inicio com bandas como Lepra na década de 80.





Bernardo Pellegrini:Um dos Melhores Compositores e Poetas Londrinenses.Gravou dois Cds junto de sua Banda, O Bando do Cão Sem Dono ao lado de Rosa e Celmo Reis, Marquinhos Scollari,Edu Batistella, Victor Gorni e outros grandes músicos Londrinenses.Ao Lado o 2ºCD do grupo "Quero Seu Endereço" de 1999

Bernardo Pellegrini nos tempos do Bando do Cão Sem Dono



Ao Lado Cd da Banda Granade:Formada das Cinzas do Killing Chainsaw

















Ao lado o Baterista Eduardo Batistela,que acompanhou a Patife Band e Arrigo Baranabé entre outros.

A esquerda o compositor de música eletroacústica Guto Caminhoto em seus tempos de Free Jazz


Logo acima:Paulão Rock n Roll, a lenda que criou o Woodstock Londrinense:Colher de Chá
Paul�o Rock 'n' Roll, Osvaldo Coyote, Rodrigo Garcia Lopes, este não conheço, Marcos Losnak, Luciano Bittencourt.No ch�o: Eduardo Tadeu, Maurinho e Maria Ang�lica Abraamo:Os Fazedores de Arte de Londrina dos Aureos tempos.












Espíritos Zombeiteiros:Nova Safra do Rock Londrina








O humilde servo que vos escreve


Banda Beco em miniatura no show de lançamento do CD


Primeiro e único CD da banda Beco, gravado originalmente em 1995 e lançado em 1997.









Marcos Nihaus:Marquinhos Diet ,vencedor do 2º Fest Valda de 1995





1ºVinil do Chaminé Batom
(1993)




Patife Band em São Paulo na sua primeira formação 1985:James Muller a esquerda,Sidney Giovenazzi,Paulinho Barnabé no meio e André Lima.








Pessoal, esta é a primeira parte desta história que é relatada do ano de 1987 e vai até 1997.


ROCK LONDRINENSE E OS ANOS 90: DO PINK BAR ÀS FESTAS DA METAMORFOSE
Por Kadú Guariente


“Somos os Filhos da Revolução/Somos Burgueses sem Religião/Somos o futuro da Nação/Geração Coca-Cola”(Renato Russo)


Intro


Esqueçam os DJs e suas pick-ups por um momento.Façamos aquela pausa para a memória regridir à uma década e meia atrás, para que possamos entender o que vemos hoje na ressusitada “Rolling Stone” e na bem menos previlegiada Bizz.Em meio à contextualização abaixo, Skatistas,grafiteiros,filhinhos de papai com suas guitarras flying V e seus tênis All-Star, terminam os anos 80 mais ou menos assim:U2 é a banda do momento,nesta época já não se vê mais camisetas do Iron Maiden,elas começão a ser substituídas pelo do Metallica e do Guns’n’Roses, o blues começa a ser revisitado em cada esquina de Londrina(já o era nos tempos antigos de Valentino ao som de Janis Joplin,do pop do Steely Dan e de Bob Dylan), nos bares ao som de Stevie Ray Vaughan,Buddy Guy e George Throrogood.Tudo isso por que existia uma ilha de salvação para aqueles que detestavam a música sertaneja e o pagode.Sim, existia o Asylo Hotel, programa de rádio apresentado pelo Paulão Rock n Roll, um tarado por Frank Zappa e por qualquer coisa que viesse do rock: de Beatles à Slayer.Aliás, o mesmo fora o criador do primeiro "Woodstock Londrinense": O Colher de Chá,que sob sua direção trouxe em plena década de setenta os Mutantes à Cambé, fato este que merecera um capítulo mais à frente.Havia uma família de irmãos maluquinhos na rua João Cândido naquela época. O mais velho guitarrista de jazz incondicional,adepto do free-jazz Guto Caminhoto e havia o irmão caçula e baixista instrumental, Júnior Caminhoto,que depois de uma metamorfose anárquico-musical troca seu baixo fender jazz bass, por uma guitarra de luthier e encarna o espírito do mississipi.Sinceramente como qualquer garoto idade deles, eles começaram ouvindo coisas como AC/DC,Cactus e Jeff Beck.Mas a cena era demasiadamente vanguardista para os mesmos ficarem nos três acordes.Enquanto um irmão decidiu viajar nas harmonias intrincadas e sons inusitados para a música, o outro pretendeu as cinco notas da pentatônica como válvula de escape. Gigo, mais tarde seu comparsa na aventura bluesistica, na década de oitenta já havia passado por todas as experiências de alteração de consciência possíveis e começa a se interessar pela harmônica blues.O Metal cada vez mais podre e veloz, elevava os mineiros do Sepultura a status de banda internacional. Em Londrina bandas como Nix e Caça Níqueis percebem que a hora é boa.O Nix foi formado pelos comparsas Alexandre Bressan e pelo batera Beto “Moleza”,este núcleo veio a se transformar na banda Convulsão liderada pelo então colega Marcos Tureta e que fez com que mais tarde o próprio Bressan formasse o Core, uma versão Trash Metal e com músicos de alto calibre no estilo.Marquinho mais tarde depois de formado em música pela UEL, veio a trabalhar com a Cia. de Dança de Londrina, especializando-se em Trilhas para teatro. O Caça Níqueis foi a banda que abriu aquela fatídica noite no Ouro Verde na década de 80 quando do show dos Dinossaúricos Made In Brazil.A lenda conta que os “Metaleiros de Plantão” destruíram completamente o teatro, fazendo com que a secretaria de cultura fechasse o recinto por tempo indeterminado para este tipo de evento,paulinho guitarra a época era o próprio "Hendrix" Londrinense,época também de guitarristas como o Guides e Paulinho Wesley,Azael Lima e de bateras como o Gilson Corsalleti que veio do Clam em São Paulo depois de ter cursado psicologia na Uel trazendo toda a sua experiência de ensino musical fundando o Curso Ritmo em 1999. Tecladistas como o Nelsinho Vieira, egresso dos festival "Colher de Chá" que aconteceu em Cambé em 1972, onde os Mutantes,Tony Osanah e Joelho de Porco invadiram a praia e a cabeça da rapaziada Londrinense.Voltando ao Metal a meta era São Paulo à vista, quilos de cabelos e jaquetas de couro.Do outro lado, mas dividindo o mesmo território o jovem baixista Roberto Asso liderava o Trio de Punk Rock “Lepra” , levando o punk da Agent Orange, Varukers e do Hüsker Dü direto dos amplificadores Gianini para os ouvidos teenagers do Universitário na JK.De Paranavaí saem dois irmãos um baixista e outro baterista recém dispersos da banda Madame X, com destino à Londrina e ao que seria a banda Farenheit 451,como uma pequena passagem pelo Blue-Up de Júnior Caminhoto.Vizinho deles o moleque franzino filho do seu Tóto dono da “farinheira”(de mandioca) mais famosa da cidade, persegue com sua irmã mais nova todos os festivais da canção da região colecionando troféus a custa de canções do Raul Seixas, seu nome Marcos Nihaus (futuramente conhecido como Marquinhos Diet). Na universidade bandas como Os Eucariontes com Marcão Vanzela de José Bonifácio-Sp e seu trumpete vocal e Escravos de Jô com o guitarrista Fernando e o Baterista Tinho Leme animam as festas da Medicina e da Fonoaudiologia.Entrando na área teatral Ricardo,Rodrigo,Marquinhos e Simone Mazzer além de atores criam o coro cênico do grupo teatral Armazém,aliás Marquinhos e o Rodrigo, adororavam Violeta de Outono(outra banda independente pauistana da década de oitenta) e duramente se apresentavam em fins dos anos oitenta em pequenas apresentações no anfiteatro do Zerão.Mario Bortolloto e Rodrigo Garcia Lopes alucinam o cenário com poesia beat e Teatro de Vanguarda:Cidade mais rock’n’roll que esta nunca existiu!!



Paulão Rock n Roll: A Lenda!







Muito da verve roqueira da cidade tem tudo ou boa parte a ver com uma figura lendária:Paulão Rock n Roll, que por anos esteve a frente do programa Asylo Hotel em diversas rádios nas cidades de Cambé, Arapongas, Londrina e Cornélio Procópio.Sua história tem a ver tanto com a influência da Jovem Guarda na cidade, quanto dos loucos tempos da Tropicália e dos Dancin' Days da década de 70.Segundo o mesmo fora sua própria mãe que lhe apresentara Frank Zappa,hoje reconhecido compositor americano que na década de sessenta partiu partiu para a música pop como fonte de renda para pagar sua ocupação favorita que era compor e orquestrar peças musicais de cárater erudito e contemporâneo.Hoje apresentador de um programa de rock de um canal a cabo da cidade de Londrina, vive a vida dando palestras sobre Rock e agitando a vida cultural da cidade e influênciando as gerações que hoje comandam festivais Indie como o Grito do Rock e Demo Sul em Londrina.Paulão é aquele tipo raro, entusiasta musical e profundo conhecedor de bandas, biografias e discografias.Lembro-me que quando junto de Osmani Jr. e o Fernando Castro(ainda moleque), remontamos o Santo Graal para tocarmos covers do Led Zeppelin e havia um bar perto da Hugo Cabral(havia também o Aeroanta na Tiradentes na época do Pink e do Mausoléo), onde nos apresentávamos constantemente e em certa parte da apresentação "Moby Dick" era tocada.Lembro-me que o entusiasmo do Paulão era tal que mesmo ficava fazendo reverência a banda a cada nova canção do Led Zeppelin que tocávamos.Figuraça total!!









Inicio da década de 90:Restos de Fogueira da Noite Passada








Uel,Clube da Esquina,Bar do Souza,Valentino,Batida do Baiano,Café Set,Metrô 21,Bar da costela,Dogão do Japonês em frente ao Vicente Rijo.Todos os redutos da Boêmia Londrinense e fim da época áurea dos barzinhos com MPB querendo imitar o Djavan.FML em Londrina,Festival de Teatro Universitário,Domingos Pellegrini, Zerão aos Domingos, concha acústica e pastel do Bode Cheiroso.Seria este o quadro normal, se não fosse por alguns concorrentes rebeldes que se inseriam no meio, como opção ao que hoje chamamos de “tribos”: No interior de São Paulo, mais precisamente em Piracicaba Rodrigo, Gozo e o Buriola(de Rolândia) com sua banda Killing Chainsaw são eleitos banda independente revelação do ano pela Revista Bizz. Todos eles praticamente vivem em Londrina e esta mesma banda viria a se tornar a Granade.Em São Paulo, Paulo Barnabé vislumbra uma banda de músicos Londrinenses e convoca o famigerado Edu Batistela e o super baixista Vilson Ignácio para a nova empreitada da Patife Band.Mais tarde, músicos paulistanos de calibre como Marquinhos Costa(Bateria) e Emerson Villani na guitarra,também substituíriam às saídas rasteiras de Edu e resolveriam de vez as diferenças musicais com o baixista original e também Londrinense Sidney Giovenazzi. Neles e em meio aos festivais de música de Londrina surgem o Pink Bar, o Mausoléo e o Beco, este último tendo também sofrido um mutação, quando seu proprietário João Henrique Fontes ‘o Jack’ em visita a Santo André visita o seu primo um iluminador que trabalhava no Black Jack Bar, um bar realmente Rock n Roll.Até então a intenção dele era competir esportivamente com o “Chamé” proprietário do Valentino, que além dos seus costumeiros macarrões da madrugada, de quinta a Domingo era invadida por diversas tribos musicais: dos bluseiros do Blue-Up, pelo jazz do Monjolo,de Victor Gorni, do trio Marta,Márcia e Marquinhos e vanguardistas em geral.O Blue-Up começou em 1989 tendo na sua primeira formação o Diogenes nos Vocais, Bruka Lopes no contrabaixo e o Dani na bateria, tudo isso capitaniado por Alcides Caminhoto Júnior, mais conhecido como "Júnior Caminhoto".Júnior sem querer acabou abrindo caminho para que outras bandas uma década depois continuassem a missão do blues Londrinense em suas ruas e bares como é o caso do Acústico Blues do guitarrista Kiko Jozolino.Também um banda que trilhava este mesmo caminho na época era o Oculto Azul, que tinha como vocal e aspirante a gaitista o Marcelo, vulgo "Gigo" e nas guitarras Sérgio Tambelini(que anos após veio a tornar-se pastor evangélico) e o Pena no contrabaixo.Banda esta que adentrei assumindo as baquetas em 1992, logo quando cheguei e já acompanhava o Santo Graal com Osmani e Fernandinho(que era um moleque de 14 anos e mais tarde iria adentrar o Blue-Up também..),o Marco Aurélio e o Cassiano tinham debandado o Santo Graal e eu fui indicado por um amigo em comun(leia-se Edu Brandalize).A história portanto é que em determinado momento o Júnior do Blue-Up procura banda pois, naquele momento a Blue Up havia sido desmontada com Dani e Diogénes tendo saído e apenas o Guto no baixo estava acompanhando o Júnior. Júnior veio a adentrar o Fly By Band(ex-oculto Azul)e o próprio sugeriu que voltássemos como Blue-Up.Ai entre um e outro intermezzo,ensaio,show no Valentino e na casa do Jornalista, Riberirão Preto(onde o dono da casa não quis nos pagar),Umuarama(na Óbvio)o Pena debandou e eu acabei convidando o Valdir Castro, que na época tocava instrumental com o Luciano Silva e o Alex Hussmeyer. Quase gravámos uma demo na época, mas dai eu, o Valdir e o Sergião debandamos e o Blue-up virou dupla, com Junior e Gigo, mais tarde o Marcelo Mendonça de Botucatu substituiria o Marcelo "Gigo" nos vocais e gaita.
Neste meio termo nem tão rock nem tão MPB, bandas como Ana&Banda lideraram por um bom tempo ao lado do Chaminé Batom,os espaços da Concha Acústica no centro da cidade e no Zerão,seguidos mais tarde pela Banda Azul, liderada pela cantora Sabrina Vargas, que convocou na época o ex-beco Luiz Marcelo na bateria,Kleber de Tarso nas guitarras e Isaias no contrabaixo e Fernando Stelzer do Beco dando suporte também nas guitarras.Isaias algumas vezes era substituído no baixo por Vilson Ignácio, pois muito desses músicos acompanhavam também a banda Wet.Surgiram também bandas como Uquiah Dibô,mas estas eram mais calcadas na MPB, como o inesquecível Bernardo Pellegrini&O Bando do Caão Sem Dono. Tanto o Ana&Banda quanto o Chaminé Batom e a Banda Azul, eram bandas relativamente similares em termos de estilo.As duas buscavam uma fusão da MPB, do Rock Nacional e da Vanguarda Paulista com a diferença de que no Ana&Banda os músicos eram profissionais como no caso de ZéMarcelo Casagrande(Bateria) e Wagner(Percussão).Completavam a banda a cantora Ana, o baixista Renato Alves e guitarrista Bruka Lopes, que pouco depois adentra a Banda Beco.A maioria destas bandas conseguiu a proeza de ao menos ter gravado um CD ou Vinil em época que este processo custava uma fortuna,tendo em vista que a maioria destes músicos eram estudantes do ensino médio ou universitário.Das mesmas a única que conseguiu lançar um segundo trabalho foi o Chaminé Batom, com o álbum “Decifra-me ou...”, ambos os dois produzidos por Robson Borba, o mesmo que na década de oitenta avaliou os trabalhos de “Arrigo Barnabé e a Banda Sabor de Veneno”,formada por hoje consagrados artistas como Vânia Bastos,Mane Silveira,Paulinho Barnabé e o falecido Tavinho Fialho(que mais tarde acompanharia a estreante Cássia Eller em seu primeiro Álbum “Marginal”).
Avenida Higienópolis 1600 - Beco Bar, Banda Beco e Kaiser Quente

O Bar Beco nos tempos idos foi um barzinho freqüentado por namorados, ao som de MPB e bossa nova.Meio que inspirado no Valentino(á época situado na rua Jorge Velho) e no extinto Dunks(que ficava na esquina da Paranaguá com a Piauí).Um belo piano tocando músicas dor de cotovelo pelas mãos do advogado Marcelo Manzano, avisava ao cliente que ali era um local “clean”! Belo dia, o mesmo falou:-Vou pintar tudo de preto e colocar um palco no fundo! -Vai ficar duca...! Jack assume os vocais, convocando China para a guitarra, Tinho Lemos no Baixo e Luis Marcelo(recém chegado de Campo Grande)na bateria!Ok.estava pronta a primeira “line-up” da banda Beco!No repertório só rock nacional:Barão,Hanói-Hanoi,Celso Blues Boy,Ira!,Legião,Capital Inicial e Paralamas!O Bar virou de cabeça para baixo! Copos Voavam!!Cadeiras também! Fui testemunha de dias muito loucos assumindo as baquetas na banda Beco, ao lado de Bruka Lopes na guitarra e Fernando Stelzer(Badaró) no contra-baixo! Testemunhei mais de uma vez Jack literalmente fazendo voar clientes bebuns no Beco, em uma atuação para lá de Jonh Wayne! Faroeste Caboclo total!!O Pink Bar como o nome já dizia...não, não era nada Pink, era digamos a dicotomia de tudo o que era a Kaalahari e seus batestacas! Filas e filas de aspirantes a músico lá ficavam para as canjas assistindo aos trios de pop rock desfilarem cover Legião,Capital,Ira,Ed Motta,Pink Floyd,Led Zeppelin e The Cure.De lá saíram bandas que iriam animar as festas da fono e músicos que ousariam caminhar pelo reduto restrito da música instrumental,entre eles Luciano Silva,Valdir Castro,Alex Hüssmeyer .Bandas como Santo Graal,Blue-Up,Os Patrões(esta de Jaú-Sp),Matéria Prima,invadiam o pequeno palco a guisa de reconhecimento artístico. E é claro, o indefectível som gutural dos bebúns de plantão:-TOCA RAÚL!!! Fora o fato de que a banda a cada festa ia sendo convidada para mais eventos, soma-se o fato de que o Beco estava preparando um CD.Os ensaios até então marcados para renovação de repertório iam se transformando em laboratório, para o que viria a ser o primeiro CD e o epitáfio desta banda.Obviamente tinhamos problemas, primeiro por que o Jack não era um cantor profissional mas sonhava em chegar lá..(digamos em termos artísticos).Começamos a também fazer reuniões,tanto com o nosso produtor da época Rodrigo Lopes da gramophone electrônico e com o Rodrigo Garcia Lopes, então poeta e escritor que nos auxiliou trazendo "Ruido do Vidro"(versão em português de uma poesia de Jim Morrison do The Doors), e "Iluminações" uma parceria dele com Bernardo Pelegrini.Bruka então vem com “V de Viagem” direto de Paulo Leminsky, musicando tal poesia ao estilo Bob Marley, fazendo a perfeita ligação da Curitiba Branco-Polônesa-Judaíca com a tribo perdida de Jah em Trenchtown.Muito disto que eu chamava de reggae na verdade era um "half Time Shuffle" que roubei indiretamente do disco "In Through The Outdoor" do Led Zeppelin e de umas canções que ouvia do Al Jarreau e do Toto(na verdade vim a descobrir que era o mesmo baterista que gravava, Jeff Porcaro que também copiou este groove de Bernard Purdie, um baterista de R&B americano).
Nesta(e neste caso me permito colocar esta passagem)leva vieram também “Procura”, que a princípio todos acharam ser o “Hit-Single” do CD.O Bar Beco à esta época aos sábados era o mais novo point da Higienópolis, com a Banda Beco lotando o pequeno recinto do Bar.Nesta brincadeira o vídeo maker Hugo decide fazer uma tomada da banda em ação numa daquelas noites e o resultado foi um vídeo em P&B destas três canções.Após vermos o vídeo vinculado no programa TV mix (leia-se Marcão Careca), o mesmo foi usado pela banda como cartão de visitas para venda de show, portanto um documento áudio-visual até certo ponto sigiloso no sentido comercial.Tal a surpresa da banda quando anunciado por amigos nossos em comum que o mesmo vídeo estava sendo rodado em um telão na famosa “Festa da ELLUS”, festa que até então estávamos buscando fechar com a promotora(diga-se de passagem proprietária da boutique que promovia tal evento).Para se entender um pouco melhor o que era o Bar Beco, o fato era que o vocalista Jack tinha muitos clientes advogados que varavam as noites no Bar entre um drinque e outro.Tal fato bastou, para que um destes profissionais liberais oferecesse à abertura de um processo contra tal falta de sigilo e profissionalismo da tal organizadora.Fato realizado, testemunha presente(Laura,futuramente esposa do percussionista americano John Boudler),acordo feito.Seria pago a indenização por uso indevido da imagem,mediante a presença da banda no próximo evento.E com a vantagem que a banda nesta história só teve a crescer! Estas brincadeiras também, renderam a festa de aniversário do Norio Matsubara e mais convites.Ficando muitas vezes a cargo dos arranjos Bruka e Fernando,os mesmos buscaram idéias cada vez mais ousadas procurando uma síntese do pop suingado nacional com os elementos que já estávamos acostumados a acompanhar de Itamar Assumpção e Arrigo,sem querer parecer “intelectualóide”, pois a banda tinha como visão o público universitário que gostava de dançar e tinha aversão aos chamados grupinhos de pagode universitário tão em voga na época.Por indicação de Batistella e Wesley(músicos que na época faziam o Bussisness sertanejo),o Beco trava contato com estúdio Origem(na época situado no Bairro de Santana em São Paulo)para o que seria a gravação de seu primeiro CD e arregimenta Ary Holland nos teclados(pois pagar um naipe de metais para aquela gravação valeria uma fortuna!),Celmo Reis nas guitarras para alguns solos, a Cantora Rosa Reis(já falecida e a época cantora do Bando do Cão Sem Dono),Paulinho Barnabé e Edu Batistela para as percussões adicionais.
El Gran Maúsoléo

O Mausoléo(mais conhecido como "bar do abelha"), próximo ao Pink Bar, proporcionou talvez os melhores e menos conhecidos momentos do Rock em Londrina, com direito a shows do Cólera, Ratos de Porão,bandas como o Elite Nativa,Magic Baloon,Nem Nome Tem,Core(liderada por Alexandre Bressan).Tinha o Reyzinho com o seu power trio punk, detonando “I Wanna Be Sedaded”dos Ramones e The Clash com “Should I Stay or Should I Go”.A realidade era que sem estes bares e as festas universitárias, não haveria como estas bandas sobreviverem, pois era a partir deles que as bandas fechavam as festas universitárias e shows no interior de São Paulo e todo o norte do Paraná. As bandas originarias de todas estas, vieram a dar frutos mais tarde em outras bandas como o Primos de Cida de Cambe, o Aborígenes Ho!(originário do Lepra).


Cervejadas no R.U. – Um Caso a Parte


Lembrar das cervejadas que inicialmente começaram dentro no Campus da Uel e não lembrar de bandas como Santo Graal,Blue-Up,Escravos de Jô,Iguaranoise,PequenaLondres e das bandas onde tocaram os irmãos Galbiatti(Matéria Prima e o Madera foram algumas delas)e os irmãos Potumatti que surgiriam mais tarde como a banda Espíritos Zombeteiros é simplesmente não ter ido, não ter freqüentado e pronto! O Oásis do caos era o mínimo que poderíamos considerar sobre aqueles eventos.O local que era casa do estudante em seu antigo recinto de refeições (O RU), abrigava todas as quintas e sextas feiras uma multidão que aportava, para tomar cerveja e assistir as bandas locais.A coisa toda começa as 8 da noite e seguia adentro até as cinco da manhã.O Piso já todo danificado daquele restaurante abandonado, não sei como se molhava todo de cerveja,urina e vômito dos cervejeiros de plantão.
O Santo Graal é daquelas bandas que não queriam perder tempo em agradar o público.Tocavam o que gostavam e ponto final.A primeira formação chegou a gravar uma demo bem tosca gravada com bateria eletrônica e a formação liderada pelo guitarrista Osmani Jr. tinha Marcos no baixo e Cassiano na bateria.A banda passa a tocar covers de bandas como Iron Maiden, Metallica, Led Zeppelin.Desmontada esta formação o Jovem Fernando Castro passa para o baixo depois de algumas tentativas frustradas em arranjar um contrabaixista. Nesta época que é um pouco antes de as cervejadas começarem na Uel, Kadú assume a bateria recentemente vindo do sul de Minas onde passou dois anos estudando em conservatórios. Está formação durou até 93/94 , quando Kadú já assumia o posto na banda Blue-Up.Os remanescentes do Santo Graal continuaram , Osmani Jr. vindo a formar na virada do milênio a banda Set Satélites com os seus colegas do Marista e do Champagnat .Fernando depois de uma época também np Blue-Up investiu mais fundo, fazendo as malas com o baterista Luiz Marcelo(até este momento ex-beco e ex-banda azul e Uquiah Dibô,tendo já se apresentado com Tetê Espindola) e sua esposa na época Sabrina Vargas indo morar em New York, onde os dois participaram das bandas Deep Sea Adventure e Blooka, esta última uma vencedora das “Contest Bands”, concursos de bandas muito famosas no EUA.Mas como tudo tem o seu fim, os dois hoje atuam no mercado como músicos de estúdio um em Londrina(Luiz Marcelo)e Fernando como produtor da Cube Procuctions em São Paulo , prestando acessória para DJs como o Dj Ramilton do grupo Caleidoscópio. O Blue Up com Gigo nos vocais,Júnior Caminhoto na guitarra e Sergio no Baixo,era mais uma das formações flutuantes desta banda, que depois substituiu Sergio por por Valdir Castro. Esta formação do Blue Up durou até a gravação de uma demo que não chegou a ser realizada. Kadu passa a tocar com a banda Beco, e Gigo e Júnior passam a fazer um Duo acústico que mais tarde teria Marcelo Mendonça nos vocais e harmônica.Esta última formação se apresentou com grande êxito em São Paulo no CCSP e demais locais do Brasil, tendo gravado em 1997 o CD Blue-Up, onde os mesmos fazem releituras de alguns blues clássicos de Muddy Waters e mais algumas composições próprias em inglês.O Blue Up de todas as bandas de Londrinas foi a que mais durou.Ela começou em 1989 e provavelmente até hoje está na ativa.Dos músicos que passaram por esta banda estão a maioria dos que estão sendo citados nesta história do Rock Londrinense. Nesta mesma época,surge o “Ivão” como nós os chamávamos.Simpatia pura, bem humorado e cheio de suingue ele meio que aparecia do nada.Mostrou-nos uma canção dele chamada “Gesso e Gesto”, puro reggae com forte tendência soul, deixava-nos todos de queixos caídos, sem entender o que mais nos impressionava:se a voz ou canção em si!A interpretação era tão visceral, que não sabíamos se a voz era boa por causa desta canção ou se a canção era boa por causa da sua voz.Ivo pessoa sempre fora aquele cantor/compositor pronto para qualquer coisa.Do pop ao Rock,do Sertanejo para o pagode:você pedia ele cantava ou compunha e pronto!Era o Ivo..reconhecível do primeiro acorde ou compasso.Como todos nós também vagou por aqui e por ali em busca de reconhecimento num barzinho,numa cervejada da Uel,cantando blues, RocknRoll,Tim Maia,Ed Motta,James Brown.Fez parte da inusitada banda Iguaranoise, que mesclava músicas pop do momento e como o Beco fez parte do movimento “só tocamos cover em Português”.Lembremos que na época (94/95)o Brasil era Tetra Campeão,Fernando Henrique tinha criado o Real, enfim, era aquela euforia Tupiniquim que invadia as festas e parecia funcionar muito bem e dar algum lucro às bandas! Afinal que iria pagar as “brejas” e o sustento destes músicos? Do Iguaranoise também saíram Daniel Belquier(teclados)que foi o seu fundador e mais tarde se debandou para o Rio de Janeiro, seguindo os passos da companhia Armazém de Teatro por onde até hoje se saiba trabalha com trilha sonora para teatro e Marcelo Pastor o baterista da banda que depois de algum tempo assumiu os púlpitos e baquetas da sua igreja e hoje vive feliz com Jesus!Amén...
Brincadeira que Ficou Séria e Virou Negócio

Engraçado notar que muitos dos comparsas de banda, hoje são donos de estúdios,equipamento ou produtores de evento ou produtores musicais de música eletrônica, políticos e afins.Como o Marcelo da braço direito produções, o Fernando Castro da Cube Produções em São Paulo.Foi a dita brincadeira que virou profissão e se diversificou pela própria necessidade.De momento e conveniência é claro.Muitos aproveitarão a boa onde de financiamentos de projetos em Londrina pela secretária de cultura, na época da Gestão do Bernardo Pelegrini, e..fizeram direto, tanto que hoje Londrina pode se gabar de estar no calendário cultural das grandes capitais do país, com direiro a sediar 2 festivais de Rock(Demo Sul e o Grito do Rock),notas em revistas como a Rolling Stone.

Vôos Solo, Jornalistas e músicos, Idéias que Aconteceram

Marquinhos Diet dava as primeiras pinceladas em seu trabalho quando as cervejadas estavam no auge.Eram comum quando a turma de estudantes do CECA(Uel) se encontravam na rua Jorge Velho, entre eles o Araçatubense Paulo Briguet,Agda Souto,Ranulfo Pedreira,Aletéia Selonk(irmã da atriz patrícia Selonk) na Toca do Coelho(que depois virou o bar do Peter que era lá em cima perto da Rua Araguaia) e o próprio para “desenterrar” as lembranças da década de setenta como a conguinha azul, o Diplik,a Gretchen,a Katia,Gengis Khan, enfim tudo aquilo que ia do lixo ao luxo,mas entretanto nada mais do que jogar papo para o ar em mesa de bar!(bons tempos aqueles!).Destes papos casuais, belo dia, Marquinhos aparece na Toca com um “Efeito Pretérito” prontinho e com a seqüência do pout-pourri que o mesmo editou e arranjou.Tanto é verdade que destes papos de bar saíram parcerias com Paulo Briguet, na época já conhecido da turma como talentoso crônista.Mais tarde no mesmo ano Marquinhos vem a ganhar o primeiro Festival de MPB de Londrina em 1994, de lá gravou uma Demo que foi parar no Fest Valda! Não deu outra...nosso raulzito bicho do Paraná “papou” o primeiro lugar “solito” cantando “Efeito Pretérito”! Ai veio a glória, o Clipe com Tisuka Yamasaki vinculado brevemente na MTV(outra banda que teria lugar ao sol na emissora paulista seria o Primos da Cida) e um exilo de dois anos no Rio de Janeiro,que gerou parcerias com a poeta Matilda Kovac em “O Dia Em Que Eu Ficar Milionário” e a clássica canção “Deu Tempo de Engolir”(onde o mesmo conta a proeza de engolir a ponta de um cigarro de maconha a beira da lagoa Rodrigo de Freitas) que fez Marquinhos repensar se era aquilo que o mesmo iria fazer de sua carreira e sua volta triunfante para os braços do bares de Londrina.Primeiro com o suporte da banda Filhos de Sta.Maria,banda da mesma formação que sucedeu o desastre do show de lançamento do CD do Beco e das dívidas intermináveis.Depois a continuação com a banda Boca de Caçapa com Zé Roberto assumindo as baquetas, Fernando no baixo e Mallaguti na percussão.Bruka também depois da separação do Beco avançou formando mais tarde o Bruka Y Los Dos, onde pode mostrar aquilo talvez viesse a ser a Banda Beco se tivesse continuado, com o auxilio de Parceiros como Adriano Garib na composição “Quem que tu pensa que tu é”, mais os músicos Phillipe Barthem,Tinho Lemos,chegou a gravar no estúdio Up em Londrina antes de zarpar para São Paulo onde cairia de cabeça em sua profissão de jornalismo.Bandas como a Boca de Caçapa,Filhos de Sta. Maria e Bruka Y Los Dos, também se apresentavam no Vila Pirata, um bar temático criado pelo Eduardo Afine,mais conhecido como “Quatá”onde noites similares àquelas do Beco aconteciam. Só que ninguém na cidade àquela época esperava que surgiram a “Lei do Silêncio”, fazendo com que aquela cena até então emergentes nas casas de Londrina viesse a se dissipar com as bandas e músicos partindo para outros centros do Brasil como São Paulo, Rio e Curitiba montando outras bandas ou atuando como músicos de estúdio ou produtores de Jingle e trilhas de Teatro. Voltando a falar em Zé Roberto Fascio,baterista e cantor originário de diversas bandas de Rock na década de oitenta e noventa, o mesmo já assumira os vocais da banda Pequena Londres, junto de Rogério Oliveira na bateria, Kleber e Isaias da Banda Azul,logo depois na banda Filhos de Santa Maria e finalmente como baterista na banda Boca de Caçapa. Dos remanecentes do Mausoléo, Alexandre Bressan (ex-Nix e Core)começa a atuar em estúdio, o resto da banda com locação de equipamentos e Marcelo baixista do Core, mais tarde como fiquei sabendo criou o Festival Demo Sul, trazendo bandas como a Patife Band,Gram,Patrulha do Espaço, Starfish 100(na qual Kadu Guariente te a oportunidade de gravar e fazer shows em São Paulo), transformou aquele cenário independente em negócio e hoje trabalha com os maiores produtores de festivais independentes do país, tendo trazido para Londrina O Grito do Rock, um festival itinerante que passeia pelos país, caçando talentos da cena independente.Juninho Tófoli, depois de um tempo com a Elite Nativa vai morar em San Francisco na Califórnia.

Mimetismo&Camuflagem que virou Festa da Metamorfose que virou a Festa a Fantasia da Parque Ney Braga:O Auge do Rock Londrinense!

A História é a seguinte:dois malucos, estudantes de Biologia na Uel, decidem fazer uma festa a fantasia em sua república.Jaú e Rogerinho como eram conhecidos, investem na produção destas festas e de simples estudantes de Biologia na Uel tornam-se “promoters”das altas rodas Londrinenses e começam a investir na brincadeira. A festa no segundo ano vai para a Chácara da Coca Cola em Cambe e a produção também vai ficando a cada ano mais vasta!Surgem o Festival Rock Gol que teve que transferir o show do Planet Hemp para Cambe,por causa do celeuma causado pelos cariocas D2 e Black Alien e toda a explosão que o surgimento do movimento mangue beat no nordeste causou na postura das bandas.Agora já não era mais o eixo Rio-São Paulo que ditava as regras.A Tecnologia quebrava tudo com o surgimento do Mp3,e ninguém mais aspirava um contrato com uma grande gravadora.O negócio agora era fazer independente e vender os CDs nas bancas.As bandas como era de costume se alteravam inicialmente em palcos mais humildes e depois vieram as super produções, ai sim vimos o Beco dividindo o palco com Celso Blues Boy, Karnac, Os Patrões de Jaú, Banda Madera e assim foi evoluindo até o que é hoje.


SONHOS DE CONSUMO:INSTRUMENTOS,DISCOS:MÚSICA

Em meio à década de oitenta, nada era melhor do que colecionar vinis,tocar sua guitarra ou bateria e Londrina era um típico oásis no meio do Paraná.Santos Som Studio,Avalon,Jardim Elétrico,sessão de discos e fitas das Lojas Americanas.Em relação aos instrumentos tínhamos a Musical na época a grande fornecedora da região para Bandas Marciais,de Baile e os roqueiros e músicos afins.Dois funcionários desta loja no futuro iriam ser proprietários que hoje é a Armazém do Músico:Edno e Nana(Ananias).No fundo eles eram os grandes camaradas que nos esperavam do lado de dentro da porta e acompanharam a virada na década de noventa com relação ao início de importação de instrumentos.Já existia a Sonkey também.Ainda por oitenta nos contentávamos com as baquetas Ibañes,acordoamentos Gianini(e guitarras,baixos,etc.)e por algumas tentativas iniciais de se vender Video-Aulas em VHS.Quanto às lojas de vinis, tudo o que estava acontecendo na mídia da época chegava facilmente às lojas.O Vídeo Disc Laser era a grande tecnologia da época e o CD ainda vendia timidamente devido ao seu alto custo e pouca catalogação de seus artistas(principalmente os de Rock!).A década de noventa chegou, e as novas tecnologias tomaram de assalto o que restou daquele mundo de discos maravilhosos e instrumentos corajosamente nacionais.Alguns sobreviventes na década de noventa continuaram a vender vinis,mas em sistema de Sebos como o Jardim Elétrico e na mesma famosa galeria existia a Brasiks do Fabinho e do Pulga, vendendo instrumentos por compra,venda e consignação atraem uma turma antenada com equipamentos,guitarras e pedais.Fabinho veio a criar neste século XXI a Banda Ouvidos Calados,com direcionamento independente.A Brasiks também era um ponto onde as bandas se encontravam e tinham um mural de recados onde poderiam arrebanhar bateristas e vocalistas perdidos para suas bandas.Aliás, muitas das bandas da época na região conseguiram gravar seus cds por que em meados de 90 o volume de produção independente no Brasil começou a acelerar.Tudo isso devido ao fato de todos agora já terem um aparelho de CD e a mídia(o cd em si) ter preço reduzido quando comprado em milheiros.Apesar das gravações ainda serem em Adats(tipo de equipamento de áudio da época) e em estúdios de gravação, já tínhamos alguma vantagem para termos o nosso “cartão de visitas” para produtores e promoters.Isso na época auxiliou muito as bandas a darem uma guinada profissional, como foram na época o caso do Chaminé Batom, Beco,Igauranoise,Core entre outros.